quarta-feira, 17 de agosto de 2011

*** LUAR DE AGOSTO E SETE DE SETEMBRO (POR F, CLOTILDE) ***

"Só as grandes almas conseguem passar para a poesia os
sentimentos que, sendo seus, pertencem à humanidade”.
(Marília Sá)

LUAR DE AGOSTO

Luar de agosto, belo e resplandecente
Quando te espelha sobre o descompasso
Ao teu fulgor o coração que sente
Relembra o berço e os dias já passados.

Em céu sem nuvem - globo prateado
Se o teu reflexo vai suavemente
Beijar da flor o cálice orvalhado
Ou se combate nas águas mansamente.

Que de emoções despertas! Mais te amava
Se pelas serras, límpido brilhavas
Teu disco argenteo, em doce claridade.

Hoje tão longe, assalta-me o desgosto
E ao ver-te belo azul, luar de agosto,
Só me despertas mágoas e saudade.
(F. Clotilde. Revista A Estrella, ago de 1909)

APROXIMA-SE O MÊS DE SETEMBRO. O MÊS EM QUE NÓS, OS BRASILEIROS, COMEMORAMOS A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. POR ISSO TRAGO O SONETO ABAIXO:

SETE DE SETEMBRO

Esplende o sol... O Ypiranga desliza
E nele se reflete o azul sereno,
Lindo... A desdobrar-se ameno,
De luz e beleza se matiza.

Independência ou Morte! Concretiza.
O brado augusto, vivo como um treno
O gesto nobre, o decantado aceno,
Do Monarca que ali se sublima...

E o grito vibra além... Há manifestas
Expressões as mais justas,
Um delírio de usos e festas.

E a grande terra, erguida na História,
Aureolada de estrelas refulgentes,
Sente envolvê-la a sagração da glória.

 (F. Clotilde. Revista A Estrella, set. de 1921)

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