Li com carinho, o artigo sobre ANTONIO GOMES DE FREITAS, de autoria de sua filha Maria Tereza Gomes de Freitas, ao receber a notícia da homenagem prestada pela Secretaria de Educação do Município de Tauá, por ocasião da Semana do Livro. Sou leitora assidua do opúsculo Inhamuns Terra e Homens. No auge de minha juventude, 1972, por ocasião das Campanhas do Livro, organizadas pelo Colégio Antonio Araripe, encabeçadas pela saudosa irmã Mendes, fomos (Fátima Lima e eu) recebidas por nosso conterrâneo Antonio Gomes de Freitas em sua residência (Rua Tibúrcio Cavalcante - Fortaleza). Ele foi atencioso e prestativo. Sabedor que eu era filha de Adauto Cavalcante Mota e Ana (Naninha) Custódio Mota (de Marruás), confessou ser compadre deles, padrinho que fora de meu irmão Antonio Custódio Mota, a quem ofertou um exempar.
Inhamuns: Terra e Homens fulgura nos Referencias Bibliográficos em dois trabalhos nossos: FRANCISCA CLOTILDE: Uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará (2007), assim como em JOAQUIM DE SOUSA BASTOS e o Clã Campo Preto (2010).
Com satisfação de conterrânea, trago trechos do discurso proferido por HUGO CATUNDA, recepcionando ANTONIO GOMES DE FREITAS, como Membro do INSTITUTO DO CEARÁ:
"Este templo no qual vindes respirar as auras propícias à maior expansão do vosso espírito de investigador do passad, é também chamado, lá fora, a Casa dos Anciãos.
Aqui, pois, ninguém envelhece. Porque quem investiga o passado universaliza a visão e o conhecimento, renovando-se na dinâmica de um trabalho de profundidade, de força redescobridora de um mundo realmente vivido e sofrido e de seus reflexos no presente, vivendo, por issos, a plenitude dos tempos.
A crônica histórica e social dos Inhamuns, do nosso sertão natal, muito ganhou, sem dúvida, com a vossa curiosidade investigadora, a aí estão, nos vossos trabalhos, a revelação dos fatos que no passado particularizaram aquelas terras distantes como teatro de lutas acesas e de acontecimentos rumorosos que enchem a nossa história.
Homem telúrico, tudo no nosso sertão agreste vos convida a comungar com a natureza e a fazer dela um objeto de culto e devoção panteísta. Há anos afastado daqueles cenários, guardastes, porém a nostalgia cósmica, a lembrança sentida e amorável dos campos natais, dos seus vales, das suas ravinas, das suas várzeas e tabuleiros cheios de silêncios e, às vezes de assombros, com a sua gente triste e poética, também cheia de bravura e canções, de crendices e misticismos.
A paisagem distante e essas figuras que a povoaram, que a povoam ainda, estão, com efeito, presentes em todos os vossos escritos – animadas, ingênuas e boas, em definições autênticas e vibrações vitais.
E este vosso apego às cousas da gleba, este prazer de esmiuçá-las e reproduzi-las com afetividade nos vossos escritos, vos levaram fatalmente, à curiosidade de ir além de pesquisas, e inquirir fatos tão mais distantes, que deram colorido à nossa história e dramatizaram a vida do homem naqueles pagos sertanejos.
O vosso livro – Inhamuns: Terra e Homens, a ser lançado brevemente, registra-se com um luxo de detalhes e minúcias até então ignorados, focalizados à luz de uma farta documentação que repõe os acontecimentos na sua verdadeira dimensão, na sua autêntica historicidade.
E daí a vossa afirmação como cultor da história, como cronista que rebusca no passado as ações e o comportamento que exaltam e enobrecem a vida dos nossos antepassados, e definem a importância do papel que, no arborescer da nacionalidade, desempenham na nossa formação social e política.
Todas aquelas impressões, todas aquelas figuras tão sentidas nos fatos remotos que fazeis ressurgir da noite dos tempos, emprestam aos vossos escritos e ao vosso livro um sentimento preciso das cousas, uma lúcida visão retrospectiva daquele paramos distantes que repassam emocionalmente na vossa imaginação realista, e sem os quais é impossível reviver evocativamente o vigor primitivo daquelas cousas que parecem escoadas na voragem dos tempos, daquelas cousas adormecidas na quietude das idades, através das quais chegais a descobrir valores novos e nova correspondência entre paisagem e as figuras humanas que a empolgaram.
E se elas retornassem à vida real, como surgiram das vossas evocações sentidas, para contemplar esses cenários que encheram de lutas e sacrifícios, de angústias e heroísmos, com os quais assentaram os fundamentos de nossa existência e da grandeza do progresso de que hoje nos envaidecemos, certo diriam como no verso de Quental: “Nem foi demais o sacrifício e a dor...”
Sr. Gomes de Freitas, toda a vossa Obra no campo da Historiografia já analisada pelo sucesso que vos abriu as portas ilustres do Instituto do Ceará, somada às vossas atividades na vida social e política, onde ocupastes funções de relevo, desempenhadas com dignidade e fervorosa dedicação à nossa terra, como parlamentar, líder político, vereador e prefeito da capital alencarina, constituem o justo garbo com que vos projetais no cenário cearense, e agora, no seio desta casa que vos recebe com o calor de sua cordialidade e os afetos da sua simpatia, para as comunicações fraternas do nosso convívio.
Com as modestas palmas da minha palavra, eu vos saúdo em nome do Instituto do Ceará que, vos empossando, o faz augurando-vos boa e fecunda tarefa nessa cadeira que vindes enobrecer.
Sede bem-vindo!"
(Ver Discurso completo: Revista do Instituto do Ceará, t. LXXXIII, 1969 p. 158-162).
Inhamuns: Terra e Homens fulgura nos Referencias Bibliográficos em dois trabalhos nossos: FRANCISCA CLOTILDE: Uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará (2007), assim como em JOAQUIM DE SOUSA BASTOS e o Clã Campo Preto (2010).
Com satisfação de conterrânea, trago trechos do discurso proferido por HUGO CATUNDA, recepcionando ANTONIO GOMES DE FREITAS, como Membro do INSTITUTO DO CEARÁ:
"Este templo no qual vindes respirar as auras propícias à maior expansão do vosso espírito de investigador do passad, é também chamado, lá fora, a Casa dos Anciãos.
Aqui, pois, ninguém envelhece. Porque quem investiga o passado universaliza a visão e o conhecimento, renovando-se na dinâmica de um trabalho de profundidade, de força redescobridora de um mundo realmente vivido e sofrido e de seus reflexos no presente, vivendo, por issos, a plenitude dos tempos.
A crônica histórica e social dos Inhamuns, do nosso sertão natal, muito ganhou, sem dúvida, com a vossa curiosidade investigadora, a aí estão, nos vossos trabalhos, a revelação dos fatos que no passado particularizaram aquelas terras distantes como teatro de lutas acesas e de acontecimentos rumorosos que enchem a nossa história.
Homem telúrico, tudo no nosso sertão agreste vos convida a comungar com a natureza e a fazer dela um objeto de culto e devoção panteísta. Há anos afastado daqueles cenários, guardastes, porém a nostalgia cósmica, a lembrança sentida e amorável dos campos natais, dos seus vales, das suas ravinas, das suas várzeas e tabuleiros cheios de silêncios e, às vezes de assombros, com a sua gente triste e poética, também cheia de bravura e canções, de crendices e misticismos.
A paisagem distante e essas figuras que a povoaram, que a povoam ainda, estão, com efeito, presentes em todos os vossos escritos – animadas, ingênuas e boas, em definições autênticas e vibrações vitais.
E este vosso apego às cousas da gleba, este prazer de esmiuçá-las e reproduzi-las com afetividade nos vossos escritos, vos levaram fatalmente, à curiosidade de ir além de pesquisas, e inquirir fatos tão mais distantes, que deram colorido à nossa história e dramatizaram a vida do homem naqueles pagos sertanejos.
O vosso livro – Inhamuns: Terra e Homens, a ser lançado brevemente, registra-se com um luxo de detalhes e minúcias até então ignorados, focalizados à luz de uma farta documentação que repõe os acontecimentos na sua verdadeira dimensão, na sua autêntica historicidade.
E daí a vossa afirmação como cultor da história, como cronista que rebusca no passado as ações e o comportamento que exaltam e enobrecem a vida dos nossos antepassados, e definem a importância do papel que, no arborescer da nacionalidade, desempenham na nossa formação social e política.
Todas aquelas impressões, todas aquelas figuras tão sentidas nos fatos remotos que fazeis ressurgir da noite dos tempos, emprestam aos vossos escritos e ao vosso livro um sentimento preciso das cousas, uma lúcida visão retrospectiva daquele paramos distantes que repassam emocionalmente na vossa imaginação realista, e sem os quais é impossível reviver evocativamente o vigor primitivo daquelas cousas que parecem escoadas na voragem dos tempos, daquelas cousas adormecidas na quietude das idades, através das quais chegais a descobrir valores novos e nova correspondência entre paisagem e as figuras humanas que a empolgaram.
E se elas retornassem à vida real, como surgiram das vossas evocações sentidas, para contemplar esses cenários que encheram de lutas e sacrifícios, de angústias e heroísmos, com os quais assentaram os fundamentos de nossa existência e da grandeza do progresso de que hoje nos envaidecemos, certo diriam como no verso de Quental: “Nem foi demais o sacrifício e a dor...”
Sr. Gomes de Freitas, toda a vossa Obra no campo da Historiografia já analisada pelo sucesso que vos abriu as portas ilustres do Instituto do Ceará, somada às vossas atividades na vida social e política, onde ocupastes funções de relevo, desempenhadas com dignidade e fervorosa dedicação à nossa terra, como parlamentar, líder político, vereador e prefeito da capital alencarina, constituem o justo garbo com que vos projetais no cenário cearense, e agora, no seio desta casa que vos recebe com o calor de sua cordialidade e os afetos da sua simpatia, para as comunicações fraternas do nosso convívio.
Com as modestas palmas da minha palavra, eu vos saúdo em nome do Instituto do Ceará que, vos empossando, o faz augurando-vos boa e fecunda tarefa nessa cadeira que vindes enobrecer.
Sede bem-vindo!"
(Ver Discurso completo: Revista do Instituto do Ceará, t. LXXXIII, 1969 p. 158-162).
(Ver Discurso de Posse de Antônio Gomes de Freitas como Sócio Efetivo no Instituto do Ceará, na Revista do Instituto, T. LXXX, 1969 p. 163-173).