MAIO: MÊS DAS FLORES
"Só as grandes almas conseguem passar para a poesia
os sentimentos que, sendo seus, pertencem à humanidade".
(Marília Sá)
Nas nossas pesquisas sobre a produção literária de FRANCISCA CLOTILDE (Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará), encontramos alguns sonetos de sua autoria sobre o mês de maio. Os contemplados de hoje, para aqui fulgurar são: "Mês das Flores" e "Maio"
MÊS DAS FLORES
És das flores o mês, o belo mês festivo,
Em que virgem do céu, a terra inteira exalta;
Tem do inverno o esplendor no verde que se esmalta
Quase sempre num tom mais nítido e expressivo.
Ao ver-te quem não sente em ti o anseio vivo
De gozar teu encanto e a graça que ressalta
Da linda primavera e brilha inspirativo,
Se o afeto docemente a alma me assalta?
Que lembranças de outrora! Ao rosicler da infância
Feliz eu te esperava e a cândida fragrância
Espalhavas do bem em doce alacridade.
És sempre o mês florido, ameno e perfumado,
Mas para que um coração em mágoas torturado
Tens em meio da flor o espírito da saudade.
És das flores o mês, o belo mês festivo,
Em que virgem do céu, a terra inteira exalta;
Tem do inverno o esplendor no verde que se esmalta
Quase sempre num tom mais nítido e expressivo.
Ao ver-te quem não sente em ti o anseio vivo
De gozar teu encanto e a graça que ressalta
Da linda primavera e brilha inspirativo,
Se o afeto docemente a alma me assalta?
Que lembranças de outrora! Ao rosicler da infância
Feliz eu te esperava e a cândida fragrância
Espalhavas do bem em doce alacridade.
És sempre o mês florido, ameno e perfumado,
Mas para que um coração em mágoas torturado
Tens em meio da flor o espírito da saudade.
Francisca Clotilde. Mulheres do Brasil. Fortaleza: Galeno, 1971:245 ttp://www.soneto.com.br/sonetos.php?n=9912&v=1
MAIO
Eis que Maio chegou! Mas triste e desolado,
Sem primores de rosas e graças de boninas,
Já não ostenta o verde alegre das campinas,
Semelha um pobre rei de galas despojado!
Crestou do vento ardente, a louçania aos prados
A terra calcinou-se, e no vale, nas colinas
Já não tem o dulçor da linfa cristalina
Domina a solidão nos eternos descampados.
Rosas morrendo ao sol! Até sobre os altares
Da virgem sacrossanta, ela não vem aos pares
Exalar o seu perfume em grata suavidade.
Pobre Terra da Luz! Não tens mais primavera,
E, em vez de flores mil, que tinhas noutras eras,
Envolve-te a tristeza outonal da saudade!
Francisca Clotilde. Revista A Estrella. Aracati, maio de 1915.
Eis que Maio chegou! Mas triste e desolado,
Sem primores de rosas e graças de boninas,
Já não ostenta o verde alegre das campinas,
Semelha um pobre rei de galas despojado!
Crestou do vento ardente, a louçania aos prados
A terra calcinou-se, e no vale, nas colinas
Já não tem o dulçor da linfa cristalina
Domina a solidão nos eternos descampados.
Rosas morrendo ao sol! Até sobre os altares
Da virgem sacrossanta, ela não vem aos pares
Exalar o seu perfume em grata suavidade.
Pobre Terra da Luz! Não tens mais primavera,
E, em vez de flores mil, que tinhas noutras eras,
Envolve-te a tristeza outonal da saudade!
Francisca Clotilde. Revista A Estrella. Aracati, maio de 1915.
http://www.soneto.com.br/sonetos.php?n=9866
"O poeta autor trás consigo o mistério. Desabrocha em entusiasmo,
ao ser provocado pelo impulso criador, pela vibração,
e pela música arrebatadora da vida".
(Afrânio Coutinho)
"O poeta autor trás consigo o mistério. Desabrocha em entusiasmo,
ao ser provocado pelo impulso criador, pela vibração,
e pela música arrebatadora da vida".
(Afrânio Coutinho)
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