EDSON MASSILON - POETA TAUAENSE
LEMBRANDO... LEMBRANDO
Lembrando o bom Jesus o sofrimento
Que da humildade verte a salvação,
Lembro o peregrino em seu juramento,
Que pela fé, firme segue a missão!
Lembrando o bom Jesus o ensinamento
Que da Caridade emana a oração,
Lembro o órfão em seu grande sofrimento,
Que da vida é um paria, nosso irmão!
Lembro o Mestre com seu sorriso ameno
Que fluidos gera a Paz toda esperança,
Faço um apelo, um clamoroso aceno...
Que eu seja, Senhor, qual a criança
E, do teu meigo olhar ó Nazareno!
Nos venha o amor, a fé e doce bonança!
Edson Massilon. Coisas do Meu Sertão, p. 09.
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Que da humildade verte a salvação,
Lembro o peregrino em seu juramento,
Que pela fé, firme segue a missão!
Lembrando o bom Jesus o ensinamento
Que da Caridade emana a oração,
Lembro o órfão em seu grande sofrimento,
Que da vida é um paria, nosso irmão!
Lembro o Mestre com seu sorriso ameno
Que fluidos gera a Paz toda esperança,
Faço um apelo, um clamoroso aceno...
Que eu seja, Senhor, qual a criança
E, do teu meigo olhar ó Nazareno!
Nos venha o amor, a fé e doce bonança!
Edson Massilon. Coisas do Meu Sertão, p. 09.
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Ali, represo ao pé de colossal barreira
Grande volume d’água, esparsa junto à vila,
Com flavo brilho de ouro enfeita-se e rutila
Do sol à projeção melífua, derradeira.
E o sol no ocaso imerge. A superfície inteira,
D’água não mais tresluz serena, mui tranqüila.
Da noite já o sedal escuro vem cobri-la,
E enfim todo o esplendor esvai dessa maneira.
Se foge uma esperança, uma ilusão ou crença
Que temos, qual farol, na senda desta vida,
E assim foge seu brilho excelso num momento.
Vem-nos do desengano a espessa treva imensa
Também nossa alma cai descrente, amortecida,
No negro pesadelo, atroz desalento.
(Sebastião Cavalcante. Revista Fortaleza, abril 1907)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=10498&v=1
Grande volume d’água, esparsa junto à vila,
Com flavo brilho de ouro enfeita-se e rutila
Do sol à projeção melífua, derradeira.
E o sol no ocaso imerge. A superfície inteira,
D’água não mais tresluz serena, mui tranqüila.
Da noite já o sedal escuro vem cobri-la,
E enfim todo o esplendor esvai dessa maneira.
Se foge uma esperança, uma ilusão ou crença
Que temos, qual farol, na senda desta vida,
E assim foge seu brilho excelso num momento.
Vem-nos do desengano a espessa treva imensa
Também nossa alma cai descrente, amortecida,
No negro pesadelo, atroz desalento.
(Sebastião Cavalcante. Revista Fortaleza, abril 1907)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=10498&v=1
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Tu desceste dos céus e aos céus te volves
Num grande impulso do mais santo Amor
Do teu carinho os corações envolvem
Rios de luz que vem do Criador.
Gênio dos pobres, da miséria e horror
Foges ao teu jeito e as dúvidas resolves
Tornas a mágoa em risos, o espinho em flor
Do mundo as dores íntimas resolve.
Beijas a fonte da orfãzinha loura
O teu olhar é como o sol que doura
O monte, o vale e a terra toda em luz
Os homens unes num convívio terno
Crias o céu, a paz, o gozo eterno
Oh! Caridade, Oh! Filha de Jesus!
(Francisca Clotilde. Revista A Estrella, agosto de 1910)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=9969
*****
TRIUNFAL
Pudesse eu copiar no mármore divino
Do verso, essa beleza helênica que eu vejo
Como a provocação mais viva do desejo
Sob a forma ideal de um corpo feminino!
E assim perpetuar o encanto peregrino
Que de ti se irradia e me oferece ensejo
De morrer a teus pés, suplicando o teu beijo,
A cantar-te o esplendor num derradeiro hino!
E, expirando, lega às gerações futuras,
No verso eternizada, – a plástica radiosa
Que te furta ao vulgar das outras criaturas!
Mas, a te descrever não se me anima a idéia,
Que uma beleza assim, tão grande e majestosa,
Não cabe em madrigais: faz jus a uma epopéia!
(Eufrásio de Almeida. Revista A Constelação. Fortaleza, nov. 1912)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=11100
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Num grande impulso do mais santo Amor
Do teu carinho os corações envolvem
Rios de luz que vem do Criador.
Gênio dos pobres, da miséria e horror
Foges ao teu jeito e as dúvidas resolves
Tornas a mágoa em risos, o espinho em flor
Do mundo as dores íntimas resolve.
Beijas a fonte da orfãzinha loura
O teu olhar é como o sol que doura
O monte, o vale e a terra toda em luz
Os homens unes num convívio terno
Crias o céu, a paz, o gozo eterno
Oh! Caridade, Oh! Filha de Jesus!
(Francisca Clotilde. Revista A Estrella, agosto de 1910)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=9969
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TRIUNFAL
Pudesse eu copiar no mármore divino
Do verso, essa beleza helênica que eu vejo
Como a provocação mais viva do desejo
Sob a forma ideal de um corpo feminino!
E assim perpetuar o encanto peregrino
Que de ti se irradia e me oferece ensejo
De morrer a teus pés, suplicando o teu beijo,
A cantar-te o esplendor num derradeiro hino!
E, expirando, lega às gerações futuras,
No verso eternizada, – a plástica radiosa
Que te furta ao vulgar das outras criaturas!
Mas, a te descrever não se me anima a idéia,
Que uma beleza assim, tão grande e majestosa,
Não cabe em madrigais: faz jus a uma epopéia!
(Eufrásio de Almeida. Revista A Constelação. Fortaleza, nov. 1912)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=11100
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PACIÊNCIA
TAUÁ
Sou de Tauá eterno apaixonado
Amante do sertão como ninguém
Eu sempre serei mui afeiçoado
A terra de onde vim, e do meu bem.
Sonhos mais lindos sonhos coloridos
Pastagens, animais, roças em flor –
Milho, algodão, feijão, arroz florido,
De galhos em galhos, aves, beija-flor...
Do passado distante inda presente,
Muita, muita saudade a gente sente,
Como da meninice o aniversário:
Bolo, bola, peteca, cirandinha,
Da fazenda da vovó Senhorinha,
De minha mãe as contas do rosário.
Irmã dos pobres, terna e doce amiga
Dos tristes, dos vencidos, dos descrentes;
Dos que um destino avesso desabriga
E andam na vida assim como desmentes.
Que a tua afável luz sempre me siga,
E as minhas dores mudas adormentes,
Que eu sempre te abençoe e te bendiga,
Irmãzinha dos velhos e dos doentes.
Toda a razão do amor tu concretizas:
Quando o conforto espalhas entre os seres,
E as agonias fundas amortizas.
Tu, que de consolar nunca te cansas,
Bendita sejas sempre, só por seres
Semeadora eterna de esperanças.
*****Dos tristes, dos vencidos, dos descrentes;
Dos que um destino avesso desabriga
E andam na vida assim como desmentes.
Que a tua afável luz sempre me siga,
E as minhas dores mudas adormentes,
Que eu sempre te abençoe e te bendiga,
Irmãzinha dos velhos e dos doentes.
Toda a razão do amor tu concretizas:
Quando o conforto espalhas entre os seres,
E as agonias fundas amortizas.
Tu, que de consolar nunca te cansas,
Bendita sejas sempre, só por seres
Semeadora eterna de esperanças.
TAUÁ
Sou de Tauá eterno apaixonado
Amante do sertão como ninguém
Eu sempre serei mui afeiçoado
A terra de onde vim, e do meu bem.
Sonhos mais lindos sonhos coloridos
Pastagens, animais, roças em flor –
Milho, algodão, feijão, arroz florido,
De galhos em galhos, aves, beija-flor...
Do passado distante inda presente,
Muita, muita saudade a gente sente,
Como da meninice o aniversário:
Bolo, bola, peteca, cirandinha,
Da fazenda da vovó Senhorinha,
De minha mãe as contas do rosário.
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(Aurélio Loiola, Acontecência, Fev. de 2003)
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=10383
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