O romance A Divorciada, aborda a questão do divórcio, um tema bastante polêmico, principalmente se retomarmos à época em que foi publicado, o ano de 1902.
Uma mulher de vanguarda, Francisca Clotilde, conhecida na educação como professora da Escola Normal de Fortaleza e na imprensa local e nacional, pelos seus versos e poemas, espalhados em jornais e revistas do estado do Ceará, de outros estados brasileiros e até em outros países: Portugal e França. Também contista, é de sua autoria a brochura "Coleção de Contos", publicado no ano de 1897.
Era o ano de 1902. Francisca Clotilde, professora, abolicionista, jornalista, contista, poeta, dramaturgista, publica o romance A DIVORCIADA, o qual ela dedica a suas diletíssimas amigas Serafina Pontes e Alba Valdez. Dedica ainda a dona Maria Eugênia dos Santos.
Uma mulher de vanguarda, Francisca Clotilde, conhecida na educação como professora da Escola Normal de Fortaleza e na imprensa local e nacional, pelos seus versos e poemas, espalhados em jornais e revistas do estado do Ceará, de outros estados brasileiros e até em outros países: Portugal e França. Também contista, é de sua autoria a brochura "Coleção de Contos", publicado no ano de 1897.
Era o ano de 1902. Francisca Clotilde, professora, abolicionista, jornalista, contista, poeta, dramaturgista, publica o romance A DIVORCIADA, o qual ela dedica a suas diletíssimas amigas Serafina Pontes e Alba Valdez. Dedica ainda a dona Maria Eugênia dos Santos.
O romance é organizado em trinta e sete capítulos, em suas suas duzentas trinta e três páginas, e inicia assim:
CARTÃO DE VISITA
Não pense o leitor benévolo que vai ter diante dos olhos um romance de cenas aparatosas, cheio de peripécias emocionantes e de lances extraordinários.
É uma história singela de duas criaturas que se amaram com pureza, e as quais o destino torturou acerbadamente antes de dar-lhes a felicidade almejada.
A maior parte da ação desenrola-se no campo, num pequenino povoado, em plena existência matuta, por entre a harmonia dos ninhos, traduzida pelos gorjeios das aves festivas.
Trescala a narração o aroma das flores agrestes, é um inocente idílio que pode ser compreendido por olhar casto.
Não está filiado a escola alguma dos Mestres; e seus personagens existem, e a cor verdadeira que apresentam é o mérito único da obra extremamente singela.
Revelam os inúmeros defeitos, a simplicidade rústica da forma, a pobreza de colorido, devido talvez ao meio excessivamente burguês em que se deslizou a vida da – Divorciada.
A autora
Segundo Dolor Barreira, A República, edição de 08 de abril de 1902, foi o primeiro órgão a divulgar a obra “A Divorciada” com “estas animadoras palavras”,
Temos sobre a nossa banca de trabalhos esse novo livro da apreciada escritora cearense, demonstração irrecusável de uma insistente e perseverante atividade intelectual.
O talento da autora, promissoriamente demonstrado em outro gênero da literatura, apresenta no ramo que ora escolheu novas e significativas manifestações de um espírito acostumado à observação diária dos fatos, auxiliado por estimáveis faculdades de análise.
Passando do conto ao romance, concepção indiscutivelmente mais vasta e complexa, Francisca Clotilde nos deixa perceber através de sua engenhosa e fértil imaginativa, traços ideativos de uma vocação definida.
Inspirada e retratada pelo nosso meio, a auspiciosa tentativa da inteligência e operosa romancista é um estudo de costumes a que comunica vida a uma das nossas controvertidas questões civis _ o divórcio.
O enredo é tratado com carinho, e vê-se que a autora muito se esforçou por explorar todos os acidentes locais, fazendo vingar a índole da sociedade que serviu de teatro à sua produção.
A revista “O Lyrio” de Recife, na edição de março de 1902, ao receber A Divorciada, assim se reporta,
A conhecida escritora cearense, Francisca Clotilde, teve a gentileza de oferecer-nos o seu romance - A Divorciada, que forma um belo volume de duzentas e trinta e três páginas.
A urdidura do romance é simples, mas bem travado com a concepção, corre suavemente, sem sobresalto, sem rebuscamento, despreocupado e natural.
Com esses elementos, arquitetou a simpática escritora um romance muito interessante, onde a emoção sem muito se elevar, distribui-se com arte, dando relevo às cenas e prendendo continuamente a atenção do leitor até o desenlace.
Agradecemos a oferta, felicitamos a distinta romancista.
Segundo Abelardo Montenegro, em Romance Cearense, ‘A Cidade’ – jornal que ela colabora – na cidade de Sobral, edição de 21/03/1903 elogia o romance, asseverando que é mais um magnífico estudo de observações e de fatos sociais, que um simples trabalho recreativo e fantasista. O mesmo jornal louva o estilo da romancista que qualifica de ligeiro, delicado, correto e atraente, inspirado no realismo puro. Em 1909, reside ela em Aracati, O Aracaty – órgão de imprensa local – na edição de 25.03.09, diz que o romance de Clotilde ocupa-se da momentânea e debatida questão do divórcio, tão simpatizada entre nós. Rompendo todos os preconceitos, desprezando todas as conveniências sociais, procura demonstrar a necessidade do amor no casamento, do verdadeiro amor desinteressado e eterno, espontâneo e natural.
Por décadas, não encontramos mais nenhuma notícia a respeito do referido romance. Somente em 1977 o professor e escritor Otacílio Colares em seu Lembrados e Esquecidos Vol. III, pp. 54-78.
Um novo silêncio..., e em 2000, Caterine de Sabóya Oliveira, em "Seis romances, seis visões", volta a abordar A Divorciada como um dos seis romances cearenses em destaque.
Por décadas, não encontramos mais nenhuma notícia a respeito do referido romance. Somente em 1977 o professor e escritor Otacílio Colares em seu Lembrados e Esquecidos Vol. III, pp. 54-78.
Um novo silêncio..., e em 2000, Caterine de Sabóya Oliveira, em "Seis romances, seis visões", volta a abordar A Divorciada como um dos seis romances cearenses em destaque.
Deve ser uma bela obra.
ResponderExcluirCadinho RoCo
Sem dúvida Cadinho Roco, é uma belíssima Obra. Você poderá encontrá-la no www.estantevirtual.com.br
ExcluirAnamélia Mota
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirInfelizmente Anamélia Custódio Mota, não tem mais na Estante Virtual. Complicado encontrar agora.
ResponderExcluirFelicidades!
Iramar Miranda
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirNOS ANOS 70 ,LI UM LIVRO CUJO TITULO ERA A DIVORCIADA! SERIA ESSE DE FRANCISCA CLOTILDE? O QUE ME RECORDO É QUE TINHA UMA PERSONAGEM CHAMADA AURORA. FIQUEI FASCINADA , ERA LINDO O ROMANCE!
ResponderExcluir